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Campanha "Setembro Amarelo": Mês de Prevenção ao Suicídio

Publicado: Sexta, 24 de Setembro de 2021, 07h54 | Última atualização em Sexta, 24 de Setembro de 2021, 07h59

Conscientização e como ajudar!


setembro amarelo

Em nossa sociedade, falar sobre suicídio é um tabu. Seja por desconhecimento, crenças distorcidas, ou até mesmo por preconceito e medo, o senso comum atribui aos suicidas estigmas como “covarde”, “pecador”, “criminoso”, dentre outros. Assim, desconsidera-se que a pessoa que pensa ou tenta o suicídio está em intenso sofrimento devido a um transtorno mental e necessita de ajuda.

Segundo a psicóloga Ana Carolina Peuker, que possui pós-doutorado em Psicologia da Saúde, os transtornos mentais caracterizam-se por “prejuízo e/ou anormalidade de ordem psicológica, mental ou cognitiva. Entre suas causas, estão os fatores genéticos, bioquímicos e comportamentais, como o estilo de vida, por exemplo”. A doutora Peuker ressalta que aproximadamente 30% da população brasileira apresentará algum tipo de transtorno mental durante a vida, o que indica a importância de se discutir o assunto.

Ainda segundo a doutora Peuker, os principais fatores que aumentam as chances de predisposição aos pensamentos e comportamentos suicidas são transtornos mentais de humor (sobretudo a depressão), os transtornos de personalidade, a esquizofrenia e os transtornos por abuso de substâncias (especialmente o alcoolismo). Algumas doenças físicas também podem predispor ao suicídio, principalmente as que causam sofrimento intenso e/ou duradouro.
Além disso, o contexto social mais amplo igualmente predispõe ao suicídio. Assim, o individualismo, a competitividade e as pressões exacerbadas do mundo contemporâneo se configuram como um cenário propício ao desenvolvimento de transtornos mentais associados ao suicídio.

Os fatores estressores contextuais mais imediatos (perdas, mudanças de status, exposição à violência, etc.) muitas vezes funcionam como “gatilhos” que disparam os pensamentos e comportamentos suicidas. Neste sentido, eles devem receber especial atenção das pessoas, que devem procurar ajuda profissional.

SINAIS DE ALERTA

É falsa a ideia de que quem comete suicídio não avisa. Os estudos apontam que as pessoas dão sinais de que algo não está indo bem e que podem ter a intenção de atentar contra a própria vida. Portanto, é fundamental que familiares, professores, amigos e colegas prestem atenção aos sinais de alerta e, caso necessário, busquem ajuda.

Embora os sinais de alerta não devam ser interpretados de maneira isolada ou descontextualizada, a presença de muitos deles, ao mesmo tempo, são passíveis de atenção especial
De acordo com a Cartilha de Prevenção ao Suicídio do CVV, os principais sinais de alerta são:

Preocupação com sua própria morte ou falta de esperança.

• Quando a pessoa fala sobre morte e suicídio mais do que o comum. Quando diz estar sem esperanças, sentir-se culpada, com baixa autoestima e tem visão negativa de sua vida e futuro. Essas ideias podem estar expressas de forma escrita, verbal ou por meio de desenhos. Alguns indivíduos começam a formular um testamento ou fazer seguro de vida.

Expressão de ideias ou de intenções suicidas.

• Os comentários a seguir muitas vezes são ignorados, porém, devem ser motivo de atenção:
• “Vou desaparecer”.
• “Vou deixar vocês em paz”.
• “Eu queria poder dormir e nunca mais acordar”.
• “É inútil tentar fazer algo para mudar, eu só quero me matar”.

Aparecimento ou piora de problemas de comportamento ou de manifestações verbais durante pelo menos duas semanas.

Essas manifestações não devem ser interpretadas como ameaças nem como "chantagens" emocionais, mas sim como avisos de alerta para um risco real.

Isolamento.

• As pessoas com pensamentos suicidas podem se isolar, não atendendo a telefonemas, interagindo menos nas redes sociais, ficando em casa ou fechadas em seus quartos, reduzindo ou cancelando todas as atividades sociais, principalmente aquelas que costumavam e gostavam de fazer.

Outros fatores.

Exposição ao agrotóxico, perda de emprego, crises políticas e econômicas, discriminação por orientação sexual e identidade de gênero, agressões psicológicas e/ou físicas, sofrimento no trabalho, diminuição ou ausência de autocuidado, podem ser fatores que aumentam a vulnerabilidade, ainda que não possam ser considerados como determinantes para o suicídio. Sendo assim, devem ser levados em consideração se o indivíduo apresenta outros sinais de alerta para o suicídio.

FATORES DE RISCO

Os fatores de risco são considerados situações que aumentam as chances de um indivíduo apresentar comportamentos suicidas.
Segundo a Dra. Ana Carolina Peuker, psicóloga com pós-doutorado em Psicologia da Saúde, os principais fatores de risco são:

• Tentativas prévias de suicídio;
• História de abuso de substâncias psicoativas (sobretudo álcool);
• Incapacidade física ou doença;
• Perda de um amigo ou familiar por suicídio;
• Exposição a bullying;
• História de transtorno mental;
• Problemas de relacionamento;
• Acesso a meios letais.

MITOS E VERDADES

MITOS

VERDADES

A pessoa que tem a intenção de tirar a própria vida não avisa.

Em geral, os suicídios são premeditados, e as pessoas dão sinais de suas intenções.

O suicídio não pode ser prevenido.

Reconhecer os sinais de alerta e oferecer apoio ajudam a prevenir o suicídio.

Pessoas que falam sobre suicídio só querem chamar a atenção.

A expressão do desejo suicida nunca deve ser interpretada como simples ameaça ou chantagem emocional.

Somente pessoas com transtornos mentais cometem suicídio.

O comportamento suicida é provável quando há sofrimento intenso, insuportável e independente da existência de transtornos mentais.

Alguém com propensão ao suicídio está determinada a morrer.

A pessoa em risco de suicídio apresenta ambivalência entre querer viver e querer morrer.

Falar sobre suicídio pode estimular sua realização.

Perguntar sobre a intenção de suicídio não aumenta nas pessoas o desejo de cometer o suicídio.

O suicídio é hereditário.

Nem todos os suicídios estão associados a outros casos de suicídio na família.

É um ato de covardia, coragem ou falta de Deus.

O comportamento suicida indica sofrimento intenso e insuportável.

 

MEDIDAS DE PREVENÇÃO AO SUICÍDIO QUE PODEM SER REALIZADAS PELOS FAMILIARES, PROFESSORES, AMIGOS OU COLEGAS

O QUE FAZER
• Ouvir, mostrar empatia, e ficar calmo.
• Ser afetuoso e dar apoio.
• Identificar outras formas de dar apoio emocional.
• Remover/impedir o acesso aos meios pelos quais a pessoa possa se matar.
• Tomar atitudes, conseguir ajuda.
• Se o risco é grande, ficar com a pessoa.
• Sempre procurar atendimento nos serviços de saúde.

O QUE NÃO FAZER
• Ignorar a situação.
• Ficar chocado ou envergonhado e em pânico.
• Falar que tudo vai ficar bem, sem agir para que isso aconteça.
• Desafiar a pessoa a cometer o suicídio.
• Fazer o problema parecer sem importância.
• Dar falsas garantias.
• Jurar segredo.
• Deixar a pessoa sozinha.
• Comparações com outros casos (ex.: fulano está pior do que você e não se matou).

Lembre-se: é possível prevenir o suicídio!
Se você é estudante do Ifes e precisa de ajuda, procure a equipe de assistência estudantil da Coordenadoria Geral de Assistência à Comunidade (CGAC):
cgac.cai@ifes.edu.br
tsmansur@ifes.edu.br

• Em caso de urgência, procure imediatamente o posto de saúde mais próximo, ou ligue gratuitamente para o número 188 (Centro de Valorização da Vida) e converse com um voluntário, que te atenderá com respeito, anonimato e guardará estrito sigilo sobre tudo que for dito.

Fontes:
-Cartilha de Prevenção ao Suicídio do CVV
-Ana Carolina Peuker (2021). Conhecer para prevenir. Vetor Editora.
-Ministério da Saúde.

 

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